terça-feira, 29 de junho de 2010

A Marreta (Se eu não acreditasse no desejo, no mais duro, no que acredito, em algo puro? )

Se eu não acreditasse na loucura
Da garganta do sinsonte
Se eu não acreditasse que no monte
Se esconde o trigo e o medo

Se eu não acreditasse na balança
Na razão do equilíbrio
Se eu não acreditasse no delírio
Se eu não acreditasse na esperança

Se eu não acreditasse no que controlo
Se eu não acreditasse no meu caminho
Se eu não acreditasse no meu som
Se eu não acreditasse no meu silêncio

O que seria, o que seria a marreta sem a pedreira?
Uma massa feita de cordas e tendões
Uma confusão de carne com madeira
Um instrumento sem melhores pretenções
De pequenas luzes montadas para uma encenação

O que seria, coração, o que seria?
O que seria a marreta sem a pedreira?
Um testa-de-ferro do traidor dos aplausos
Um servidor de passado em uma taça nova
Um eternizador de deuses do pôr-do-sol
Júbilo fervido com trapo e lantejoula

O que seria, coração, o que seria?
O que seria a marreta sem a pedreira?
O que seria, coração, o que seria?
O que seria a marreta sem a pedreira?

Se eu não acreditasse no mais duro
Se eu não acreditasse no desejo
Se eu não acreditasse no que acredito
Se eu não acreditasse em algo puro

Se não acreditasse em cada ferida
Se não acreditasse no que rondei
Se não acreditasse no que esconde
Tornar-se irmão da vida

Se eu não acreditasse em quem me escuta
Se eu não acreditasse no que dói
Se eu não acreditasse no que fica
Se eu não acreditasse no que luta

O que seria, o que seria a marreta sem a pedreira?
Uma massa feita de cordas e tendões
Uma confusão de carne com madeira
Um instrumento sem melhores pretenções
De pequenas luzes montadas para uma encenação

O que seria, coração, o que seria?
O que seria a marreta sem a pedreira?



La Maza - Mercedes Sosa

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Agraciada?

Com aquela mesma conversinha clichê... Não podemos ter tudo, família, amigos, amor... Tudo tão perfeito, em sintonia, as partes se conversando formando a teoria dos sistemas, seria glória demais, seria também egoísmo e vaidade por demais.

Talvez seja por isso que fui agraciada com o tal "dom da amizade", graça e virtude que me fluem com amor. Então fui desmerecida com a tal "base de todo ser humano", a constituição de meus pais foi o investimento pior realizado por eles... Foi à falência, assim como os livros explicam...

(Das cinzas fui batizada...), divergências de quem, onde e tempo (?). - Assim me questionam...
Sem problemas! (agraciada também pelo amor, esqueceu?)
Mas se fosse para politizar minha pequena história, diria que ela é feita de "Ações Afirmativas", e que, como medida compensatória fui privilegiada com bons e verdadeiros amigos!

PS: Nesse dia revi um escudeiro que não via-conversava decentemente há cerca de 9 anos! Eita alegria!!! :D

São Paulo 19/04/2010